Mal a FIFA anunciou um novo – e muito pequeno – lote de ingressos mais baratos, já teve que se explicar sobre outros pontos da política de ingressos. Por exemplo, como aponta a Football Supporters Europe (FSE), os torcedores com deficiência atualmente não têm acesso aos ingressos mais baratos.
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Por isso, para assistir a uma partida da fase de grupos, precisam desembolsar entre US$ 140 (cerca de R$ 771) e US$ 450 (cerca de R$ 2481). O ingresso mais barato para a final, para uma pessoa em cadeira de rodas, custa US$ 4185 (cerca de R$ 23.073). Isso é o oposto do padrão europeu, onde os lugares para pessoas com deficiência geralmente estão na categoria de preço mais baixa.
A ideia é considerar que pessoas com deficiência raramente conseguem altos salários e, mesmo assim, gastam muito mais com cuidados de saúde. As críticas da FSE não param por aí: segundo a FIFA, a pessoa com limitações físicas também precisa pagar 100% do valor do ingresso para seu acompanhante.
Em muitas competições o padrão é entrada gratuita ou simbólica para o acompanhante. Foi assim no Catar, onde quem não podia se locomover sozinho pagava apenas US$10, e o acompanhante entrava de graça.
"Exigir que torcedores com deficiência paguem até 38 vezes mais do que há quatro anos é totalmente contrário ao que a FIFA afirma sobre a Copa do Mundo de 2026 estabelecer novos padrões de diversidade e inclusão", diz o comunicado da Football Supporters Europe.
As acusações das organizações de torcedores vão ainda mais longe. A FIFA não fornece informações claras sobre a acessibilidade dos setores nos estádios para pessoas com mobilidade reduzida, além de permitir a compra de ingressos para lugares destinados a pessoas com deficiência sem qualquer verificação.
Isso facilita que cambistas comprem esses lugares e depois revendam por preços exorbitantes na plataforma de revenda da própria FIFA. A entidade máxima do futebol mundial permite essa prática. Por isso, os torcedores da FSE apresentam quatro exigências à FIFA.
Na opinião da organização, os preços para pessoas com deficiência precisam ser reduzidos, e o valor de revenda limitado ao preço original, para que vendedores desonestos não lucrem às custas dos mais vulneráveis. Além disso, os acompanhantes devem ter entrada gratuita, e todo o processo deve ser diretamente consultado com os próprios torcedores.
